Sunday, July 31, 2005








Nightwish... adorei o concerto no dia 28 em Vilar de Mouros... foi divinal, mesmo estando eu afónica :-(... o concerto demorou montes de tempo a começar, estivemos á espera quase no mesmo sítio, desde que o concerto de Within Temptation acabou... quando o concerto estava prestes a começar um rapaz desmaia.. o que provocou nova espera, estavamos já a entrar em desânimo quando as luzes se apagam , fica tudo negro... entram os rapazes... o teclista de chapéu à cowboy, o baixista com o seu look fantástico, o guitarrista e o baterista como já os imaginávamos... começaram a tocar a Dark Chest Of Wonders, e nós todos ansiosos por ver a Tarja entrar, parecia que não chegava a altura... mas apareceu a cantar vinda do fundo, tal como a Sharon... a Tarja estava festida de preto, com um casaco comprido amarelo, LINDA, microfone a condizer, para não variar..rsrs quanse não acreditei quando ela cantou a Everdream.. foi delirante!!!
depois trocou de roupa... top preto e saia amarela... e da terceira vez surgiu com um conjunto branco de arrasar com tudo... quando a Tarja ficou só no palco, foi de cortar a respiração e ouvir de olhos fechados a Kuolema Tekee Teiteilijan... foi de arrepiar com aquela voz durante todo o concerto... não dá para esquecer.
fiquei fula por não ter mais fotos p tirar, acabei com o rolo mal ela entrou porque me fartei de lhe tirar fotos, umas atrás das outras... foi pena não ter conseguido ir mais para a frente, tinham ficado bem muito melhor... mesmo assim estas fotos são uma recordação preciosa da primeira vez dos Nghtwish em Portugal.....

Monday, July 18, 2005

Eu adoro este poema de Manuel Laranjeira por ter marcado bastante uma determinada fase da minha adolescência e, assim sendo, não poderia deixar de o transcrever:

Vendo a Morte

Em tudo vejo a morte! E, assim ao ver
Que a vida já vem morta cruelmente
Logo ao surgir, começo a compreender
Como a vida se vive inútilmente...

Debalde (como um náufrago que sente,
Vendo a morte, mais fúria da viver)
Estendo os olhos mais ávidamente
E as mãos p'ra vida... e ponho-me a morrer.

A morte! Sempre a morte! Em tudo a vejo
Tudo ma lembra! E invade-me o desejo
De viver toda a vida que perdi...

E não me assusta a morte! Só me assusta
Ter tido tanta fé na vida injusta
... E não saber sequer p'ra que vivi.

Manuel Laranjeira

Thursday, July 14, 2005


Perdida

Estradas cruzadas e abertas

Sinto-me ao centro

De um mundo vazio e sumido

Como o tempo nada me diz

Da nostalgia cólica perdida

Vivo num deserto assumido

E no fogo deste cerco me aperto

Me liberto do que sou, do que fui

Já não me conheço

Estreitos parados que evoco

Nos meus sonhos vazios

Não me vindes libertar das fantasias

Deste mundo em que me encontro

Assim serei eu somente

Um puro nada e o ser

O ser que em mim é presente

Entre o fingir e o ter

Escudos revoltos nas guerras

Que apago da minha mente

São meros golpes afinados, cortantes

Esqueço tudo outra vez

E o silencio dos dias permanece

Inalterado, fugidío
Como uma súplica de mim mesma
Uma angústia e saudade
Somos terra, ardor e pó
Raiva

Toda a minha raiva está tão certa
Mas dormindo no escuro do segredo

Ainda calma como o sol da noite

Mal está aqui comigo

E se avisar o inimigo

Tomará nessa revolta

A morte que procura

E em suas mãos segura

O desprezo que vomita

E que em ser humano algum acredita

E é esta raiva que aproximo

De mim aos passos que viajo

Nasceu cedo, dormindo o tempo inteiro

Mas renasceu pra vida outra vez

Torturada por teus braços de guerreiro.


4/4/2002

Passado

O passado não existe, existem apenas memórias de um futuro perdido num tempo que talvez nem sequer exista. Somos nós que criamos as coisas, e nada é como nós sonhamos, nem nós mesmos.

4/8/2001

Sou feminista...
Ser mulher é um previlégio, uma honra. Ser consagrada com o dom de enfeitiçar, ter a magia no corpo e o poder de governar a mente dos homens. No fundo, ser mulher é sentir aquilo que eles apenas vêm, é saber em consciência, premeditar cada passo em função do nosso poder...
Os homens não conseguem atingir o nosso patamar. Seja como for, têm o seu valor como seres humanos e servem para que nos adaptemos á realidade de uma forma mais selvagem... com uma rivalidade saudável, dentro do possível... enfim... resumindo: feminista e impiedosa, duas características fundamentais numa mulher.

Será algum ser humano capaz de amar?... não o amor possessivo, físico ou fatal, mas sim o verdadeiro amor, o espiritual. Quando julgamos amar será que o fazemos com plena consciência de que não o estamos a fazer por completo, de que não é mantendo a vida de uma pessoa presa á nossa que a amamos... o verdadeiro sentimento de amar alguém requer liberdade, de escolha ou de rumo, nunca de posse ou obrigatoriedade. O verdadeiro amor não é palpável nem demostrativo, mas sim real. E, é por isso que, muitas vezes erramos quando dizemos amar alguém... pois talvez ninguém ame, apenas venere...

Talvez ninguém ame, todos venerem
E enfrentam os medos que só por crerem
Que em seus olhos corações inflamam
E todos eles ao julgar que amam
Morrem por dentro só por desejar
Que um dia exista na palavra amar
O real sentido dessa incompreensão
E por toda a vida assim viverão
Numa fantasia ou alucinação
Sem que seja real essa realidade
Sem que nunca ame, nunca de verdade
E que de venerar vivam sufocados
Pelas tristezas, cabais e esmagados
Pela vida injusta que assim os criou
E morrerão tristes os que assim pensaram
E que á própria vida nada dedicaram
Só à triste ideia que assim os matou.

16/02/2002

Saturday, July 09, 2005





Nem só

Nem só do teu silêncio
Direi raiva
Nem de todo o meu corpo
Direi vício
Nem de todo o pénis
Direi arma
E apenas do teu direi ter sido
Quando o vácuo é de vingar
Ou de vergar
Cravando sobre os seios a sua enxada
Quando a minha boca se conjuga
No baixo do teu ventre
E tua espada...
Nem de todo o desejo
Direi verão
Nem de todo o grito
A tua imagem
Nem de toda a ausência
Direi chão
E só de teus flancos
A viagem

Maria Tereza Horta

Desperta-me de noite
Desperta-me de noite
O teu desejo
Na vaga dos teus dedos
Com que vergas
O sono em que me deito
É rede a tua língua
Em sua teia
é vício as palavras
com que falas
A trégua
A entrega
O disfarce
E lembras os meus ombros
Docemente
Na obra do lençol que desfazes
Desperta-me de noite
Com teu corpo
Tiras-me no sono
Onde resvalo
E eu pouco a pouco
Vou repelindo a noite
E tu dentro de mim
Vais descobrindo vales.

Maria Tereza Horta