Monday, July 18, 2005

Eu adoro este poema de Manuel Laranjeira por ter marcado bastante uma determinada fase da minha adolescência e, assim sendo, não poderia deixar de o transcrever:

Vendo a Morte

Em tudo vejo a morte! E, assim ao ver
Que a vida já vem morta cruelmente
Logo ao surgir, começo a compreender
Como a vida se vive inútilmente...

Debalde (como um náufrago que sente,
Vendo a morte, mais fúria da viver)
Estendo os olhos mais ávidamente
E as mãos p'ra vida... e ponho-me a morrer.

A morte! Sempre a morte! Em tudo a vejo
Tudo ma lembra! E invade-me o desejo
De viver toda a vida que perdi...

E não me assusta a morte! Só me assusta
Ter tido tanta fé na vida injusta
... E não saber sequer p'ra que vivi.

Manuel Laranjeira

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