Thursday, July 14, 2005


Perdida

Estradas cruzadas e abertas

Sinto-me ao centro

De um mundo vazio e sumido

Como o tempo nada me diz

Da nostalgia cólica perdida

Vivo num deserto assumido

E no fogo deste cerco me aperto

Me liberto do que sou, do que fui

Já não me conheço

Estreitos parados que evoco

Nos meus sonhos vazios

Não me vindes libertar das fantasias

Deste mundo em que me encontro

Assim serei eu somente

Um puro nada e o ser

O ser que em mim é presente

Entre o fingir e o ter

Escudos revoltos nas guerras

Que apago da minha mente

São meros golpes afinados, cortantes

Esqueço tudo outra vez

E o silencio dos dias permanece

Inalterado, fugidío
Como uma súplica de mim mesma
Uma angústia e saudade
Somos terra, ardor e pó

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